Aqui vou eu, mais uma vez
com os pés no asfalto quente
a estrada se insinuando
à minha frente
passo após passo
respirando a poeira que se fez
A cabeça erguida
os ombros ainda pesados
dos últimos fardos
a bagagem acumulada
de viagens passadas
a despedida, a chegada
ficaram nas estações,
nas curvas, nos acostamentos
da vida e mediações
Seguir à próxima parada
próxima montanha, desfiladeiro
rochedo
praias, ilhas
um remoto vilarejo
o próximo encontro
rumo ao desconhecido e além
Aqui vou eu, mais uma vez
caminhando, cantando
flertando, sonhando,
sozinho
ou acompanhado de alguém
Sem mapa
sem mala
sem placa
sem destino
sem origem
só a miragem
só a vertigem
só o vento como carona
o sol como bússola
a lua como guia
rumo ao desconhecido e além
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